“O aumento das temperaturas ao longo do tempo está mudando os padrões climáticos e perturbando o equilíbrio da natureza. Isso representa muitos riscos para os seres humanos e todas as outras formas de vida na terra. Tempestades destrutivas têm se tornado mais intensas e frequentes em muitas regiões, conforme as temperaturas aumentam, mais umidade evapora, as consequências são, chuvas e inundações extremas que destroem casas e comunidades, causando mortes e enormes perdas econômicas. ” Alertou o Arquiteto e Urbanista, presidente da AEAD Associação de Engenheiros e Arquitetos e Dourados e presidente do COMDAM Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Dourados.
Por Juliel Batista
A XXI Semana do Meio Ambiente de Dourados está sendo realizada de 3 ao 7 de junho pelo Imam (Instituto do Meio Ambiente de Dourados) e do Comdam (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Dourados), com a temática ‘Mudanças Climáticas: pensar globalmente, agir localmente’.
O Dia Nacional do Meio Ambiente é celebrado nesta quarta-feira (5). Leia mais sobre o evento: Semana do Meio Ambiente de 3 a 7 de junho aborda ‘Mudanças Climáticas: pensar globalmente, agir localmente’.
Com palestras e eventos relacionados a temática, várias autoridades foram convidadas a participarem da semana que tem como objetivo promover a conscientização e mobilização da comunidade em torno das questões ambientais que afetam o planeta e a cidade.
Entre os convidados está o professor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Charlei Aparecido da Silva, 55 anos, que foi o responsável pela palestra de abertura, onde abordou o tema “Mudanças Climáticas: Impactos sociais, ambientais e econômicos”.
Na noite do dia (03), Charlei trouxe a sua visão sobre a contextualização ambiental, e os impactos que o meio-ambiente traz para a sociedade como um todo.
O professor é geógrafo, doutor em Ciências Ambientais pela Unicamp e docente e pesquisador da UFGD, além de ser pesquisador do CNPq.
Na tarde da terça-feira (4), ele concedeu a seguinte entrevista à Folha de Dourados:
Folha de Dourados – O senhor deu a palestra na noite desta segunda-feira, sobre a semana do meio-ambiente, e gostaríamos de saber como foi a dinâmica de tal, e as abordagens feitas pelo senhor.
A palestra faz parte das atividades propostas pelo IMAM e o COMDAM, tendo como parceiros apoiadores as universidades, incluindo assim a UFGD, instituição que sou pesquisador e professor. O objetivo da palestra foi apresentar o cenário que envolve as mudanças climáticas, seus aspectos sociais, ambientais e econômicos. Na palestra além do cenário de mudanças climáticas foi apresentado como isso abarca nosso cotidiano.
“NÃO É FAVORÁVEL EM RAZÃO DOS RETROCESSOS E MUDANÇAS QUE OCORRERAM, ESSENCIALMENTE NAQUILO QUE ENVOLVE UMA SÉRIE DE MUDANÇAS NAS LEIS AMBIENTAIS, ESSENCIALMENTE DURANTE OS ANOS DE 2019 A 2022”
Através daquilo que foi comentado pelo senhor nessa palestra, como o senhor enxerga a atual política ambiental em MS e em Dourados.
O contexto e a governança sobre o tema, Mudanças Climáticas, no Mato Grosso do Sul e mesmo em Dourados é semelhante aquele vivenciado em todo o Brasil.
OS AVANÇOS E DECORRENTES DE TRATADOS INTERNACIONAIS COMO O PROTOCOLO DE KIOTO E O ACORDO DE PARIS AINDA NÃO CHEGARAM NAS ESFERAS DE DECISÃO ESTADUAIS E MUNICIPAIS, PENSO QUE SEJA NECESSÁRIO PORTANTO AVANÇARMOS NO DEBATE QUE CERCA O TEMA EM SI NESSAS ESFERAS (ESTADO E MUNICIPIO).
No Mato Grosso do Sul, o governo do Estado, tem apresentado indícios e interesse sobre a proposição de uma agenda sobre mudanças climáticas, o que me parece acertado e necessário. Esse ano foi realizado um Fórum sobre Mudanças Cimáticas, o qual contou com a presença de diversos setores da sociedade, estão sendo propostos também linhas de financiamento para realização de pesquisas sobre o tema, essas ações se demonstram convergentes com as necessidades eidenciadas para esse século XXI.
Qual a análise sobre a conjuntura ambiental brasileira, e quais as mudanças que o poder público e sociedade precisam tomar a curto, médio e longo prazo?
A conjuntura não é favorável em razão dos retrocessos e mudanças que ocorreram, essencialmente naquilo que envolve uma série de mudanças nas leis ambientais, essencialmente durante os anos de 2019 a 2022, nesse período o poder executivo, com o apoio do legislativo, atuou de forma intensa para alterar leis e desmantelar os órgãos de regulamentação e fiscalização ambiental.
O PERÍODO INCLUSIVE FICOU CONHECIDO COMO O MOMENTO DE “PASSAR A BOIADA”, QUE EM RESUMO ENVOLVEU DESMANTELAR O CENÁRIO A PAUTA AMBIENTAL, ESSA CONSTRUÍDA POR DÉCADAS, COM MUITA NEGOCIAÇÕES.
É importante que a sociedade tenha clareza que ações como essa tem um custo, inclusive financeiro, que tratar a questão ambiental vai além de rações pontuais como a reciclagem ou economia de água, nesse sentido a ideia da governança ambiental deve ser inserida no âmbito da politica e das ações da sociedade.
Por Juliel Batista
Fonte: Jornal Folha de Dourados